
Mari, que acabava de ingressar na faculdade, resolveu ganhar um dinheiro extra, mas quando percebeu já estava totalmente fisgada pelo negócio. “Tenho pouquíssimo lucro. Transformo praticamente tudo o que ganho em produtos para o meu próprio consumo”, confessa entre risos.
A jornalista Paula Arantes, amiga e colega de trabalho de Mariana, é cliente fiel da revendedora. Ela calcula que, todo mês, gasta pelo menos 30 reais com cosméticos. A maquiagem é o item preferido da jornalista. “É muito cômodo ter uma revistinha da Avon sempre por perto”, justifica. E com tanta facilidade, ela não consegue resistir. “Nunca exagerei, mas já comprei coisa que não precisava”, admite Paula.
Mariana e Paula não são as únicas. A venda direta – ou “porta a porta” – de cosméticos é um negócio que conquistou mulheres de todo o mundo. A marca Avon, por exemplo, movimenta 8 bilhões de dólares por ano no mercado global. São mais de 5 milhões de revendedoras e 40 mil funcionários espalhados pelos cinco continentes. Os números são da própria empresa e estão relacionados no site da marca.
Um portal na internet também traz curiosidades sobre a criação da Avon, nome em homenagem a William Shakespeare, escritor nascido na cidade inglesa de Stratford-on Avon. A empresa foi criada há mais de 120 anos, em Nova York, Estados Unidos, por David McConnel. Vendedor de obras literárias de porta a porta, McConnel teve a idéia quando passou a presentear clientes com um frasco de perfume. As fragrâncias acabaram fazendo mais sucesso do que os livros.
Para a dermatologista Valéria Estrela, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia, a tradição e o sucesso de uma marca não justificam qualquer tipo de descuido com a saúde. Ela explica que os cosméticos são produtos autorizados pela Vigilância Sanitária e podem ser comercializados livremente. A profissional não condena todos os itens do catálogo, mas reconhece que quando o assunto é tratamento não prescreve produtos que não sejam da linha médica. “Se um paciente resolveu tratar a pele, que seja com um dermatologista e não com cremes de revistas”.
Valéria Estrela critica, principalmente, a propaganda enganosa. “Até que ponto não compramos uma ilusão?”, questiona. “A indústria dos cosméticos fatura bilhões, por ano, com a promessa de que em quatro semanas a cliente vai estar com a pele de uma modelo. Um creme cosmético não se compara a um creme de tratamento médico supervisionado por um dermatologista. É preciso estar atento”, conclui.
Um comentário:
Oi, amiga! Muito boas as suas reportagens. Parabéns! Eu só queria fazer uma correçãozinha: O nome da cidade onde Shakespeare nasceu é Stratford-upon Avon. Eu já fui lá, por isso q eu sei (q nojo!). Bjos.
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