"Se exponho a você minha nudez como pessoa, não me faça sentir vergonha!"

sábado, 21 de junho de 2008

Sem medida


Não consigo escrever. Nada de análise, crítica ou comentário sobre qualquer assunto. Fazer graça, nem pensar... As piadinhas de bom ou mau gosto, sempre tão bem-vindas, se foram. Meus pensamentos estão por aí, perdidos em algum canto da memória ou da face da Terra.
Mas não, não é o fim. É só um tempo. E não é para ficar triste, muito pelo contrário. A pausa é boa, demais! O sentimento que me tomou é indescritível. Sei exatamente do que se trata, mas não sei dizer... O que ficou foi um cheiro, um gosto, um toque. Saudade.
Minha mente está fechada para balanço. Não sei, e não posso, fazer outra coisa senão lembrar. E não quero esquecer, não vou esquecer. Fiquei, ficou... Na medida!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Quando penso em alguém

É por você que fecho os olhos...
Da sua...
Noite

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Pode me chamar de preguiça

Minha esteira esconde um mistério. Aliás, estou cada vez mais convencida de que todas as esteiras do mundo guardam um grande segredo. É isso mesmo! Aquele aparelhinho elétrico que um dia foi o meu sonho de consumo, agora está me tirando o sono. Mas por que o ilustre equipamento passou de objeto de consumo a encosto?
O pesadelo começou quando decidi investir o meu rico dinheirinho naquela esteira linda, último lançamento, que enfeitava o corredor do shopping mais próximo da minha casa e me hipnotizava toda vez que eu passava. “Aceleração eletrônica por tecla, dois níveis de inclinação, painel com cinco janelas (velocidade, tempo, distância, caloria e pulsação) e a incrível tabela de controle cardíaco”. Tudo isso sem falar no “altíssimo índice de queima calórica e no enrijecimento das pernas”. Maravilha!
Resumindo: é claro que comprei! Dez pagamentos de 160 reais. Uma pechincha por um verdadeiro milagre. Seria fácil e indolor, garantia do vendedor. Minha esteira elétrica era “dobrável, fácil de executar e de guardar”. Só me restava colocar o aparelho mágico bem em frente à TV da sala e caminhar ou, quem sabe um dia, correr. Era o fim das terríveis gordurinhas localizadas.
Mas eis o enigma: minha esteira, tal qual o lobisomem, se transformou em um monstro. Aquela coisa feia no meio da sala não era mais a minha salvação. De artigo de luxo, privilégio de poucos, passou a cabideiro. Pasmem! Todos os moradores da casa penduram algum tipo de objeto no ex-milagre. Preciso confessar que caminhei e até corri, mas o entusiasmo durou pouco, muito pouco. Uma única vez para ser mais precisa, até que fui dominada pelo poder secreto das esteiras.
Então eu pergunto: por que um equipamento tão atraente, e tão caro, acaba inutilizado dentro de casa? Quem nunca aposentou uma esteira elétrica? O que fazer se ninguém se interessa pelo objeto depois que ele sai da loja? Vou revelar o mistério: o nome do aparelho é esteira, mas pode chamar de besteira. O bom é caminhar na rua, vendo gente. Ou na academia, pagando mensalidade, e vendo gente.
Mas o melhor mesmo é não caminhar, não fazer nada. Devo revelar que parei de vez, não estou mais malhando, nem em casa nem na academia. Meu lado Garfield me dominou, pode me chamar de preguiça, mas essa é uma outra história. Concluindo: esse negócio de equipamento milagroso é uma grande besteira, ou seria uma grande esteira?!

terça-feira, 3 de junho de 2008

Horizonte


O sonho é ver as formas invisíveis
da distância imprecisa, e, com sensíveis
movimentos da esperança e da vontade,
buscar na linha fria do horizonte
a árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte.

Os beijos merecidos da Verdade.
por Fernando Pessoa