"Se exponho a você minha nudez como pessoa, não me faça sentir vergonha!"

terça-feira, 1 de julho de 2008

Morrer sem medo

“A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A reverência pela vida exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir”, escreveu Rubem Alves sobre a morte e o morrer. Mas o que é a vida e como será a morte? A minha, a sua, a de alguém que amamos...
A morte não me sai do pensamento desde que me despedi de uma linda e alegre jovem que sucumbiu ao câncer. Sucumbiremos todos. Morrer é uma realidade irreversível no mundo dos vivos. Mas a vida é tão boa, não quero ir embora! Mário Quintana tem razão: “morrer, que me importa? (...) O diabo é deixar de viver”.
As religiões defendem que a morte do corpo não é o fim. Existe algo mais e as possibilidades são muitas. Seja no despertar de um sono profundo, no céu, no inferno ou na reencarnação. A vida é sempre eterna. Há quem diga ainda que o nascer, tão festejado por quem o assiste, é uma experiência de morte para o feto. O bebê perde a placenta, que é uma parte de si mesmo, além de deixar o seu habitat, o útero, e sua segurança de vida, o interior da mãe.
Então, se o nascimento para nós é o resultado de uma “quase” asfixia, por que temer a morte? Bom mesmo seria se, depois de certa, a “passagem” fosse mansa e sem dores, longe dos hospitais e em meio às pessoas queridas. Rubem Alves encontrou até uma padroeira para a despedida: a Pietà, de Michelangelo, com o Cristo morto nos braços. No colo daquela mãe o morrer não causaria tanto medo.

3 comentários:

Anônimo disse...

Maravilhosas citações, maravilhosas reflexões, maravilhosos textos. Ao ler seu blog tenho até sentido saudades de escrever.Amei o texto sobre a esteira, conheço alguns casos em que esse objeto também virou porta-tranqueiras...

Saudades, minha amiga! Saudades! Um grande beijo.

Rose Mendes disse...

Ao ler seu texto revivi aquele dia fatídico... Formei na mesma turma da Nara, fomos colegas de vários trabalhos de faculdade... Eu e toda a turma ficamos arrasados com sua morte precoce.
No velório senti o quanto a gente acaba se afastando das pessoas sem querer... tinha anos que eu não a via pessoalmente...
Saudade de vc, da sua alegria, do seu sorriso! Bjos.

Fabi disse...

A leitura do texto me levou a várias reflexões.... Gostei do seu lado poetisa. Parabéns!