"Se exponho a você minha nudez como pessoa, não me faça sentir vergonha!"

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Travesti, não pode. Prostituta, também não!

Virou moda. Depois de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, presos pelo assassinato da menina Isabela, agora foi a vez do “fenômeno” do futebol mundial conceder uma entrevista interminável ao programa Fantástico, da Rede Globo. O tom da conversa foi de reverência ao craque. A repórter e apresentadora, Patrícia Poeta, se enconlheu diante do ídolo.
Em casa, um cenário paradisíaco em Angra dos Reis (RJ), o atacante do Milan estava à vontade e, mais uma vez, as declarações dadas ao Fantástico pareceram ensaiadas, combinadas. Acreditar na versão de Ronaldo foi fácil, difícil foi concordar com ela. O fato é que o jogador se envolveu em uma tremenda confusão com travestis. A justificativa é que ele achava se tratar de prostitutas.
Quer dizer que prostitua pode? Atleta bem sucedido, milhonário e noivo de uma beldade, Ronaldo não tinha motivos aparentes para procurar uma garota, ou garoto, de programa. Nas ruas, a opinião é unânime: “ele já namorou as modelos mais lindas do mundo. Pode ter a mulher que quiser”. Mas ele não quis e agora paga o alto preço de uma exposição negativa na mídia. É o preço da fama.
Não fosse a estrela que é, o jogador provavelmente escaparia ileso das especulações. O problema é que patrocinar a prostituição e todas as violências a ela associadas arranha gravemente a imagem de alguém que ganha fortunas com propaganda e ainda carrega o título de embaixador da boa vontade da ONU.
Durante a entrevista ao Fantástico, Ronaldo se confundiu, disse que era embaixador da Unicef. Não foi corrigido pela entrevistadora. Patrícia Poeta não o alertou sobre o fato de que o favorecimento à prostituição é crime no Brasil. Também, não poderia! A global estava hipnotizada pela simpatia do craque, especialmente quando ele declarou: “fiz uma grande besteira”.
Ronaldo fez uma besteira fenomenal. Já foi perdoado pela noiva e, certamente, será perdoado pela opinião pública. Mas que fique a lição: travesti não pode, prostituta também não!

3 comentários:

Lívia Neiva disse...

isto mesmo dona teresa.
bela reflexão!
adorei.
beijos
lívia neiva

Janaína Borges disse...

Dá linceça q ela é minha amiga! Vai escrever bem assim lá no "VERDADE MINHA".. hehehe
Tbm gostei da reflexão..
E digo, tenho certeza q o povão já esqueceu do acontecido. Lembrei de um livro agora..
Fala bem a respeito disso, e até comenta sobre os meios de comunicação de massa tal, é o: Educação e Emancipação - Adorno!
Um trechinho:

"Evidentemente não a assim chamada modelagem de pessoas, porque não temos o direito de modelar as pessoas a partir do seu exterior; mas também não a mera transmissão de conhecimentos, cuja característica de coisa morta já foi mais do que destacada, mas a produção de uma consciência verdadeira.” (Adorno, 1995, p. 141-142) .

Ainda não li ele todo, mas pretendo ler.
Leia e depois me diz o q achou.
Beijinhos e bom inicio de semana!
Ahhh, manda um abraço pra Dona Lulu e diz q desejei um feliz dia das mães a ela.

marcus minuzzi disse...

Então, Tereza. Tirando os textos da disciplina, o texto "Calada" me interessou. É seu, não e mesmo? Revela ainda mais o teu modo, sempre necessário no exercício de "ser através da escrita".
Beijos do profe.