"Se exponho a você minha nudez como pessoa, não me faça sentir vergonha!"

quarta-feira, 14 de maio de 2008

É pro Fantástico?


Agora é fato. O programa Fantástico, da Rede Globo, adotou definitivamente o gênero. Domingo sem entrevista “exclusiva” não é mais domingo. Primeiro Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados de assassinar a menina Isabella; depois o jogador Ronaldo, envolvido em um escândalo fenomenal com travestis; e, por último, a mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, que até então permanecia em silêncio.
Todos se renderam aos encantos da “telinha” e, como um eco, aquela velha pergunta invade a minha mente: “é pro Fantástico?”. Que poder midiático é esse que faz com que personalidades públicas prefiram determinada emissora para falar “com exclusividade”? Índices de audiência, credibilidade? Ou seria a certeza de ser muito bem cuidado pela doce repórter e apresentadora, Patrícia Poeta?
Talvez tudo isso ou nada disso porque cabe ainda um questionamento: por que ouvir as justificavas de Alexandre e Anna Jatobá foi tão chato? E por que partilhar o sofrimento de Ana Oliveira pareceu tão natural? Catarse. A mídia escolhe nossos ídolos e vilões sem ao menos percebermos. Confesso que no caso do Ronaldo dá para ficar “em cima do muro”. Transformá-lo em vilão de uma hora para outra, nem pensar. Dá trabalho construir ídolos, especialmente se forem nacionais.
Só fico imaginando qual será a entrevista “exclusiva” desta semana. Se o eleito for mocinho quero rir ou chorar junto. Se for bandido quero me indignar muito. Mas tudo "em primeira mão"! “É pro Fantástico?”.

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