"Se exponho a você minha nudez como pessoa, não me faça sentir vergonha!"

domingo, 12 de abril de 2009

As aparências que não enganam

A ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, está de cara nova. A pré-candidata à sucessão do presidente Lula foi submetida a uma cirurgia política, ou melhor, a uma cirurgia plástica para a correção da área dos olhos e do pescoço. Desde então, a nova face da ministra para 2010 tem dado o que falar.
Além de repaginar o rosto, Dilma Rousseff trocou os óculos pelas lentes de contato e ainda chama a atenção para o novo corte de cabelo, um pouco mais curto, propositadamente desarrumado, ruivo e com mechas claras. Uma franja, também levemente desarrumada, dá o toque final. A ministra garante que o resultado “é um sucesso de público e de crítica”. Segundo ela, as mulheres não têm vergonha de dizer que querem “ser mais bonitas”, ao contrário de “vários líderes políticos, que corrigiram suas bolsas de gordura e têm vergonha de falar sobre isso”.
Cirurgias plásticas de ordem meramente estética, como as feitas por Dilma Rousseff, não são questão de saúde e, portanto, não deveriam despertar tanto interesse público. Mas a preocupação com a imagem da ministra se justifica. Se em 2008, ela foi chamada de “mãe do PAC” pelo presidente Lula e aumentou muito sua exposição na mídia, em 2010 a maratona deverá ser ainda mais intensa. O próprio presidente chegou a sugerir que ela conceda mais entrevistas, para ficar mais conhecida.
Um dos maiores cirurgiões plásticos do mundo, Ivo Pitanguy, diz que a ministra acertou ao melhorar a imagem. Na opinião do médico, diferente do mito da deusa grega Afrodite, o poder não advém só da beleza, mas há muito tempo os políticos buscam esta estratégia para incrementar suas performances eleitorais. Pitanguy lembra que na França pré-revolucionária, o cardeal de Richelieu (1585-1642) puxava os cabelos, amarrando-os para trás, para esconder as rugas que o envelheciam frente aos súditos.
Por aqui, dizer que levantar uma pálpebra pode garantir a presidência da República à ministra Dilma Rousseff é, no mínimo, ingênuo e superficial. Beleza e popularidade andam juntas, mas o melhor é apostar que algumas aparências não enganam.

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