"Se exponho a você minha nudez como pessoa, não me faça sentir vergonha!"

sábado, 29 de novembro de 2008

A noiva...

E o Oscar de melhor atriz vai para... Tchan tchan tchan tchan... Helen Victoy! É isso mesmo, Helen Victoy. Ela é jovem, bonita e já tem nome de artista, mas a vontade de ficar famosa – só pode ser isso! – fez a moça se meter em uma tremenda enrascada. Uma cilada digna de cinema.
O enredo é o seguinte: Helen acaba de anunciar, na imprensa, que vai se casar com Mohamed D’Ali. Para quem não se lembra – se é que isso é possível – o rapaz de 20 anos é o assassino confesso da inglesa Cara Burke. Ele esfaqueou, esquartejou, jogou as partes do corpo em um rio e, depois, enviou mensagens de celular contando aos amigos que tinha “acabado com a vadia”.
Nada que atrapalhe os sonhos da futura senhora D’Ali. O casamento deve acontecer em janeiro, com uma cerimônia civil, no pátio da cadeia. Helen está ansiosa e garante que tem o apoio da família. “Só porque ele esquartejou?! Matar, todo mundo mata!”. Pára tudo! Eu quero descer. “Matar, todo mundo mata”? Não é bem assim, não...
A moça também disse, em um programa de TV, que confia em Mohamed e que o caso só teve tanta repercussão porque Cara Burke era loira e tinha os olhos azuis. “Se fosse uma pessoa de cor e cabelo ruim, ninguém estaria nem aí”. Meu Deus, o que essa criatura tem na cabeça? Por acaso, a fisionomia de uma vítima justifica a brutalidade de um crime? E que brutalidade!
Helen Victoy tem o direito de se casar com quem bem entender. Perdoar, ou não, Mohamed também é um problema só dela. Mas a partir do momento em que a moça faz declarações estapafúrdias na mídia, não dá mais para controlar a opinião pública. E como não se indignar? A emissora de televisão onde a entrevista foi veiculada recebeu dezenas de ligações. Todas de telespectadores estarrecidos com a banalização de um dos crimes mais chocantes do Estado, talvez do mundo. “Matar, todo mundo mata!”.
A personagem principal da polêmica também telefonou. Queria reclamar. O programa estaria “debochando” dela. Quando foi questionada se havia se arrependido de conceder a entrevista, ela respondeu que não. Helen só queria deixar claro que, “se ninguém critica a homossexualidade do apresentador, ele também não pode criticar Mohamed”. Pára, que eu quero descer de novo! Essa moça classifica a opção sexual de um homem de bem como crime? E o pior, um crime como o praticado por Mohamed?
Em um mundo onde o ter e o aparecer se transformaram em valores, só nos resta aplaudir cenas como a de Helen Victoy dando um beijo cinematográfico no assassino de Cara Burke. O cenário foi o Fórum de Goiânia, onde o rapaz prestaria depoimento. Como tudo estava sendo acompanhado de perto pela imprensa, o casal repetiu a cena até que todos pudessem captar a imagem. Pronto, flashes para todos os lados. Parece até que eu já vi esse filme. O nome seria A noiva de Chucky?! Não, é melhor A noiva de Mohamed.

domingo, 23 de novembro de 2008

Hey

No creas que te guardo algún rencor
Es siempre más feliz quien más amó
Y ese siempre fui yo
por Julio Iglesias

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Repouso absoluto

Caldas Country Fest: overdose de música sertaneja. Eu fui! E tudo parecia perfeito até a maldita enxaqueca chegar. Também, não há cabeça que resista à combinação bombástica de muita cerveja, pouca comida, nada de sono, sol forte e piscina de água fervendo. Resultado: remédio e repouso absoluto. Repouso? Pobre de mim...
Fiquei hospedada em frente ao point de Caldas Novas. Uma praça tomada pelos fãs do som automotivo. Meu Deus, o que era aquilo?! A visão, e a audição, do inferno. Enquanto as mulheres dançavam descontroladas em cima dos carros (pareciam umas macacas), os homens exibiam motores e equipamentos de som super-hiper-mega potentes.
A batida era tão forte que disparava qualquer tipo de alarme. Quanta bagunça. Que barulheira. Que música insuportável! Era funk antigo, funk sensual e até o novíssimo, pelo menos para mim, funk proibidão. Baixaria pura. O mais alto grau de tortura para uma mente sã. No meu caso, não muito sã.
E assim foi a minha noite de sábado: trancada no quarto escuro, tentando suportar o pancadão que invadia o apartamento, entrava pelos ouvidos e explodia meus neurônios. Um por um! O pesadelo durou horas até que o tarja preta fez efeito e eu apaguei. Sonhei que tinha uma retroescavadeira e passava por cima de tudo. Acordei com um silêncio ensurdecedor, parecia milagre. Era dia e a garotada, certamente, descansava da noite tão movimentada. E eu que só queria ouvir uns “modão”, respirei fundo, fiz a minha mala e caí na estrada.
Que fique bem claro: adoro música, farra e gente. Mas tanta música, tanta farra e tanta gente no mesmo lugar é pedir para surtar. Com enxaqueca, então... Por isso, da próxima vez que eu disser que vou ao Caldas Country Fest, por favor, me impeça!

domingo, 16 de novembro de 2008

Destino. Existe?

"As coisas - quaisquer que sejam elas - sempre hão de sair do programa. Ainda bem, porque em geral as pessoas tendem a ser péssimas autoras de seus próprios roteiros"
por Isabela Boscov

domingo, 2 de novembro de 2008

Maldito relógio biológico!

Ontem, fui ao “chá de fraldas” – o velho “chá de berço” já era – de uma querida amiga. Uma feijoada deliciosa, amigos de longa data, conversa boa e a constatação inevitável: o mundo está se casando e tendo filhos. Pelo menos, o mundo à minha volta. Não que eu esteja desesperada. Imagina (risos)! O problema é que, às vezes, falta assunto.
É claro que dá para ser solidária e até compartilhar da felicidade dos recém casados, dos que fazem planos para a chegada da cegonha, da amiga que acabou de saber que está grávida, da que está prestes a ser mamãe e, ainda, da que se desdobra para dar atenção aos gêmeos. Mas chega uma hora em que a distância entre o mundo dos solteiros e o mundo dos que estão “constituindo família” fica escancarada.
“Está na hora de você providenciar um bebê”, desafia um amigo. “Eu?! Tá maluco?”, reajo meio sem pensar. No fundo, também acho que está “na hora”, mas como eu posso “providenciar” um bebê? Só porque eu quero? Possível é, mas uma produção independente nunca passou pela minha cabeça, está longe de tudo o que planejei. Bem, pelo menos até agora...
Até algumas feministas, como a americana Camille Paglia, já defendem que o maior dilema da mulher moderna é conciliar uma carreira de sucesso com o implacável relógio biológico. Homens e mulheres são biologicamente diferentes. Tudo bem que aquele namorado não esteja pronto para se casar e ter filhos – será que algum dia vai estar? – mas não dá para ignorar a natureza. A fertilidade da mulher é alta na juventude, mas começa a apresentar problemas com o passar do tempo, notadamente por volta dos 35 anos.
Maldito relógio biológico! Quero ser bem sucedida na profissão, mas não quero minha existência resumida ao trabalho. E já que ainda tenho um tempinho, sigo apostando no curso natural da vida. E que venham os bons encontros, as boas surpresas...