"Se exponho a você minha nudez como pessoa, não me faça sentir vergonha!"

domingo, 27 de abril de 2008

Direito de defesa ou confissão?

Resisti o quanto pude, mas acabei fisgada pelo “Caso Isabella”. Exercendo meu direito de jornalista e, acima de tudo, de cidadã brasileira, também quero comentar o crime que está mexendo com as emoções e o imaginário popular. O objetivo aqui não é tratar da violência que assola as famílias brasileiras, tema bastante debatido nas últimas semanas, e muito menos especular a culpa ou a inocência do casal, já indiciado pelo assassinato da menina. O que me interessa é apenas questionar: por que Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta de Isabella, sucumbiram à mídia? Por que falar à imprensa?
A íntegra da entrevista concedida ao Fantástico, da Rede Globo, tem 35 minutos. A emissora garante que, no ar, foram feitos apenas dois cortes para “suprimir repetições”. Ainda assim, a participação do casal no programa me pareceu repetitiva demais. A fala aparentemente ensaiada dos dois deu o tom de uma entrevista arrastada, enfadonha. Alexandre expressou por duas vezes, e com grande esforço, um “sorriso amarelo” que pouco convenceu. Anna Carolina chorou, não sei se pela injustiça da acusação ou pela culpa.
Pai e madrasta disseram inúmeras vezes que são “totalmente inocentes” e não se cansaram de repetir que fazem parte de uma “família muito unida”. Fiquei entediada e, ao mesmo tempo, intrigada. Que efeitos teriam aquelas declarações sobre a opinião pública? O que pensaria a grande massa? O casal tinha o direito, e o dever, de se defender em rede nacional ou acabou fazendo uma confissão pública com a credibilidade questionável daquelas respostas?
Defendo que a entrevista prestou apenas um serviço ao público, o de reforçar impressões. Quem aposta na culpa de Alexandre e Anna Carolina teve elementos suficientes para confirmar que os dois foram dissimulados. Já quem defende a inocência deles pode até ter sentido pena, acreditando que eles estão mesmo sendo vítimas de acusações infundadas.
“Deus é nossa principal testemunha”, disseram o pai e a madrasta de Isabella durante a entrevista. Eu e todos que acreditam, pelo menos, no direito de defesa do casal até que o caso seja concluído, só esperamos que a justiça dos homens seja feita antes da justiça divina.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Metade


"Porque metade de mim é partida mas a outra metade é saudade"

No Elevador do Filho de Deus


A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
Que eu já tô ficando craque em ressurreição
Bobeou eu tô morrendo
Na minha extrema pulsão
Na minha extrema-unção
Na minha extrema menção
de acordar viva todo dia
Há dores que sinceramente eu não resolvo
sinceramente sucumbo
Há nós que não dissolvo
e me torno moribundo de doer daquele corte
do haver sangramento e forte
que vem no mesmo malote das coisas queridas
Vem dentro dos amores
dentro das perdas de coisas antes possuídas
dentro das alegrias havidas

Há porradas que não têm saída
há um monte de "não era isso que eu queria"
Outro dia, acabei de morrer
depois de uma crise sobre o existencialismo
3º mundo, ideologia e inflação...
E quando penso que não
me vejo ressurgida no banheiro
feito punheteiro de chuveiro
Sem cor, sem fala
nem informática nem cabala
eu era uma espécie de Lázara
poeta ressuscitada
passaporte sem mala
com destino de nada!

A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
ensaiar mil vezes a séria despedida
a morte real do gastamento do corpo
a coisa mal resolvida
daquela morte florida
cheia de pêsames nos ombros dos parentes chorosos
cheia do sorriso culpado dos inimigos invejosos
que já tô ficando especialista em renascimento
Hoje, praticamente, eu morro quando quero:
às vezes só porque não foi um bom desfecho
ou porque eu não concordo
Ou uma bela puxada no tapete
ou porque eu mesma me enrolo
Não dá outra: tiro o chinelo...
E dou uma morrida!
Não atendo telefone, campainha...
Fico aí camisolenta em estado de éter
nem zangada, nem histérica, nem puta da vida!
Tô nocauteada, tô morrida!

Morte cotidiana é boa porque além de ser uma pausa
não tem aquela ansiedade para entrar em cena
É uma espécie de venda
uma espécie de encomenda que a gente faz
pra ter depois, ter um produto com maior resistência
onde a gente se recolhe (e quem não assume nega)
e fica feito a justiça: cega
Depois acorda bela
corta os cabelos
muda a maquiagem
reinventa modelos
reencontra os amigos que fazem a velha e merecida
pergunta ao teu eu: "Onde cê tava? Tava sumida, morreu?"
E a gente com aquela cara de fantasma moderno,
de expersona falida:
- Não, tava só deprimida.
Por Elisa Lucinda

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Calada


Estou completamente muda. Calada no Dia Mundial da Voz. O silêncio bem que poderia ser um sinal de protesto, motivo é o que não falta. É cartão corporativo pra cá, dossiê pra lá e mosquito da dengue pra todo lado. Isso sem falar nos "casos". Caso Madeleine, Caso Lucélia, Caso Isabella, caso, caso, caso...
Mas meu caso é outro. A voz sumiu. Primeiro foi a dor na garganta, depois a rouquidão e por fim o silêncio. Não sai nada, nadinha. Nenhuma palavrinha...
Vou ficar de repouso, tomar muita água e esquecer o gelado. Ar condicionado, nem pensar. Fumar não fumo mesmo... O jeito é esperar a voz voltar para, aí sim, poder gritar:
"Meu Deus, salva esse mundo!"




quinta-feira, 10 de abril de 2008

7 de abril - Dia do Jornalista



“Amo muito tudo isso”. O slogan da rede de fast-food mais famosa do mundo descreve exatamente o que sinto pelo Jornalismo. O dinamismo da profissão que escolhi me fascina todos os dias, mesmo naqueles em que é preciso varar a madrugada para fechar uma matéria ou até nos fins de semana e feriados de plantão. A família e os amigos custam a entender tanta ausência, mas acabam percebendo que todo sacrifício é recompensado com a reportagem “no ar”.
Fui fisgada pelo Jornalismo quando era ainda criança. O prazer da leitura, que começou com os gibis da Turma da Mônica, aos poucos deu espaço também à vontade de escrever, de falar, de me expressar. O gosto pelas aulas de Português e Redação crescia a cada dia. Tudo isso, sem falar na curiosidade. Sempre fui curiosa, me interessava pelos mais variados assuntos, dos problemas da família aos acontecimentos do bairro e até do mundo. Os programas de rádio e televisão me causavam um fascínio indescritível até que, na 8ª série do Ensino Fundamental, uma professora declarou, quase como uma profecia: “Menina, você fala demais. Vai ser jornalista”. Não deu outra. Oficializei o meu pacto com o Jornalismo há oito anos, quando conclui o curso de Comunicação Social, na Universidade Federal de Goiás.
Hoje, editora chefe de um telejornal da Rede Record, posso dizer com experiência: ser curiosa, ler, escrever e falar muito era só o primeiro passo do grande desafio de ser jornalista. O processo de construção de uma reportagem tem começo, meio e fim, mas não termina na conclusão de um texto. Os efeitos gerados por uma notícia ultrapassam as ondas do rádio, a tela da Tv e as páginas dos jornais. Por isso, é preciso ter responsabilidade. O trabalho de um jornalista vai do dever de deixar a população bem informada até a denúncia de irregularidades. Enfrentar o mundo por meio da comunicação é tentador e aparentemente divertido, mas é muito mais do que isso. O jornalista tem um compromisso com a verdade.
Por isso, comemorar o Dia do Jornalista é comemorar também a criatividade, a liberdade de expressão e o conhecimento sem fronteiras. O jornalista comprometido com o seu trabalho é responsável, sim, por um mundo melhor. Sou grata a todos os colegas jornalistas que me permitem conhecer outros lugares, novas pessoas e tantas idéias. Também tenho muito orgulho de ser jornalista e de poder expressar neste artigo: “Amo muito tudo isso”.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Aquecimento


O tão esperado primeiro passo foi dado.
Comecei a malhar!

Não vou alimentar grandes ilusões até porque, falando em alimentação, comi bolo de chocolate quando cheguei da academia.

Mas, voltando à grande meta, só por hoje... Só por hoje eu fiz alongamento, esteira, subi e desci peso.

Amanhã?! Só Deus e a gordurinha localizada para darem um jeito na minha preguiça.

Bem que disseram que preguiça é pecado...

sábado, 5 de abril de 2008

Mudar o mundo?


"Um ato real de carinho e amor de cada vez"

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Me senti assim...


"Pior do que uma voz que cala é um silêncio que fala"

O desafio do recomeço

Quem disse que seria fácil? Voltar à universidade para fazer um segundo curso superior parecia tentador e eu, claro, aceitei o desafio. Só não imaginava que, oito anos depois de me formar, o ambiente acadêmico parecesse tão assustador.
Graduada em Comunicação Social, com habilitação em Rádio e Televisão, pela Universidade Federal de Goiás, me vi diante de um dilema: complementar, ou não, a minha habilitação? Complementar, claro! Mais conhecimento, um diploma de jornalista, mais espaço no mercado de trabalho. Ótimo! Mãos à obra. Eu já estava totalmente convencida.
Voltei. Depois de todo o processo de inclusão como portadora de diploma, veio o primeiro dia de aula na Universidade Católica de Goiás. Ah, o primeiro dia de aula... Parecia o primeiro dia de aula da minha vida. A sensação era de que eu tinha apenas seis anos de idade. Logo eu, que até pós-graduação já fiz. Então, por que o medo? Era medo sim, medo de encarar o novo, o desconhecido. Aos 30 anos, passar despercebida em uma turma de pós-adolescentes não é tarefa simples.
É claro que me sinto jovem, cheia de planos e projetos. Mas a garotada me deixa em pânico. Meus colegas conversam o tempo todo, acham graça de tudo, fazem piada de quase tudo. O celular se transformou em órgão vital do corpo humano. Neste caso, do corpo humano deles porque eu detesto celular. Mas a minha turma adora. A galera não se separa do aparelho por nada. Em plena aula dá para tirar foto, ouvir música e, claro, telefonar. O conteúdo? Fica para segundo plano. É muita energia, muita disposição, muita troca de experiência. Não dá para se preocupar tanto com a aula. E eu no meio de tudo isso, só querendo me formar.
Às vezes, tenho a sensação de que os professores dividem esse pânico comigo. Mas eles estão preparados, estão do lado de lá, têm autoridade. Eles tiram de letra. Eu é que ainda estou meio perdida. Mas confesso: pode ser divertido estar perdida. Depois de algumas semanas de aula aprendi que essa relação com os meus colegas mais jovens pode me acrescentar muito. Muito mais do que eu imaginava. Outra geração, outro olhar sobre o mundo, expectativas renovadas sobre a profissão. Posso aprender, posso ensinar, posso participar.
Quem disse que seria fácil? Ninguém!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Pais adotivos não torturam crianças


A agente policial Jussara Assis começou a tremer quando entrou no apartamento da empresária Sílvia Calabresi. Ela e os colegas sabiam, por meio de denúncia anônima, que a empresária torturava uma criança, só não esperavam encontrar tanto sofrimento. Adotada informalmente por Sílvia, a menina de 12 anos, Lucélia, sofria todo tipo de maus tratos. Estava amarrada a uma escada de ferro quando os policiais chegaram.
Os horrores vividos por Lucélia durante os dois anos em que esteve sob a guarda da empresária foram amplamente divulgados pela mídia. Faltou dizer que mães adotivas não torturam crianças. Em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, Sílvia justificou os maus-tratos dizendo que “estava educando”. Educando? Sob o mesmo pretexto da educação, a empresária torturou outras cinco meninas. Todas adotadas por ela.
Do ponto de vista jurídico, a adoção é um procedimento legal, regulamentado pelo Código Civil e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que consiste em “priorizar as reais necessidades, interesses e direitos de uma criança”. Em uma definição mais natural, adotar é atender aos pedidos afetivos, materiais e sociais de um ser humano, em um ambiente familiar saudável. Tudo o que Lucélia não tinha na casa de Sílvia Calabresi.
Para a polícia, a empresária apresenta sinais claros de psicopatia. A delegada responsável pelo caso, Adriana Accorsi, diz que “Sílvia é sádica, sente prazer em machucar meninas e em momento nenhum demonstra arrependimento”. Por que, então, dizer que a empresária adotava meninas? A adoção, vista como um fenômeno de amor e dedicação deve ser incentivada pela lei.
Que fique aqui uma lição: deixar um filho sob a guarda ilegal de quem quer que seja é um equívoco, um grande risco. Os pais biológicos de Lucélia são separados e enfrentam dificuldades financeiras, nada que justifique o que aconteceu. A menina foi entregue a Sílvia para ter uma vida melhor. Mas o que pode ser melhor do que o afeto de um pai? Lembrando que este pai, ou mãe, pode sim ser adotivo. Pais adotivos não torturam crianças.

Torcidas organizadas: paixão que virou loucura

É domingo. O clima deveria ser de festa, afinal é dia de futebol, dia de “paixão nacional”. Mas, no Estádio Serra Dourada, o cenário é de terror e a guerra é nas arquibancadas. Torcedores uniformizados de Goiás e Vila Nova se enfrentam aos murros e ponta pés em frente às cabines de rádio e TV. Corre-corre e pancadaria também fora do estádio. Resultado: a Polícia Militar (PM) pede ao Ministério Público (MP) a extinção das torcidas organizadas.
A proposta não foi bem recebida pela Federação Goiana de Futebol (FGV) nem pelo MP e, muito menos, pelas torcidas organizadas. Todos defendem que, para o fim da barbárie, outras medidas devem ser adotadas. Mas que medidas seriam essas? Enquanto FGV, MP e os próprios torcedores tentam encontrar a resposta, a PM já anunciou algumas mudanças para os dias de clássico entre Goiás e Vila. A escolta no trajeto para o estádio e no retorno às sedes das organizadas vai acabar e a entrada de bandeirões, faixas e rojões no Serra Dourada foi proibida. A administração do estádio também vai fazer reformas. A instalação de grades deve manter uma torcida distante da outra e a construção de dois muros vai dividir o público.
Juntos ou separados? Acompanhados da polícia ou sozinhos? Com bandeiras ou sem bandeiras? Enquanto as propostas para acabar com a violência passam pela infra-estrutura do Serra Dourada, a discussão em torno da extinção, ou não, das torcidas organizadas pouco avança. É preciso ir além. Com um olhar mais atento, dá para perceber que acabar com as organizadas não resolve. No cenário mundial, onde há futebol há confronto dentro e fora de campo. E o problema não é a bandeira ou a cor da camisa. Em muitos momentos, o enfrentamento acontece entre torcedores do mesmo time ou até entre amigos. A violência é inerente ao comportamento social e não ao futebol.
Se alguém vai assistir a um jogo de futebol com a intenção de brigar, pouco importa se está organizado ou desorganizado. A confusão vai acontecer de qualquer jeito, em qualquer lugar. E a pergunta continua: o que fazer para por fim a tanta baderna? Extinguir, ou não, as torcidas organizadas? O caminho é a punição. Torcedores, diretores de torcida e até os clubes devem ser severamente penalizados. Invasão de campo? Três jogos com portões fechados, multa e prisão para os responsáveis. Reincidência? Todos os jogos com portões fechados e punições mais graves. Confusão fora do estádio? Perda de mando de campo por no mínimo seis jogos, multa e prisão para os brigões. Confronto com morte? Perda do mando de campo até o fim do campeonato e cadeia para os culpados.
Acabar com as torcidas organizadas, não. Castigar os baderneiros, sim. Futebol é espetáculo, é paixão nacional. Basta!

Beleza porta a porta

Mariana Velozo, 25 anos, publicitária e revendedora da Avon. Revendedora da Avon? É isso mesmo! Mari, como é chamada pelas amigas e clientes, coordena a equipe de comunicação da Ordem dos Advogados do Brasil, em Goiás, há três anos e está muito satisfeita com a carreira. O que ela não esconde é uma verdadeira paixão por produtos de beleza. A relação da publicitária com os cosméticos começou há oito anos por influência da mãe, na época revendedora.
Mari, que acabava de ingressar na faculdade, resolveu ganhar um dinheiro extra, mas quando percebeu já estava totalmente fisgada pelo negócio. “Tenho pouquíssimo lucro. Transformo praticamente tudo o que ganho em produtos para o meu próprio consumo”, confessa entre risos.
A jornalista Paula Arantes, amiga e colega de trabalho de Mariana, é cliente fiel da revendedora. Ela calcula que, todo mês, gasta pelo menos 30 reais com cosméticos. A maquiagem é o item preferido da jornalista. “É muito cômodo ter uma revistinha da Avon sempre por perto”, justifica. E com tanta facilidade, ela não consegue resistir. “Nunca exagerei, mas já comprei coisa que não precisava”, admite Paula.
Mariana e Paula não são as únicas. A venda direta – ou “porta a porta” – de cosméticos é um negócio que conquistou mulheres de todo o mundo. A marca Avon, por exemplo, movimenta 8 bilhões de dólares por ano no mercado global. São mais de 5 milhões de revendedoras e 40 mil funcionários espalhados pelos cinco continentes. Os números são da própria empresa e estão relacionados no site da marca.
Um portal na internet também traz curiosidades sobre a criação da Avon, nome em homenagem a William Shakespeare, escritor nascido na cidade inglesa de Stratford-on Avon. A empresa foi criada há mais de 120 anos, em Nova York, Estados Unidos, por David McConnel. Vendedor de obras literárias de porta a porta, McConnel teve a idéia quando passou a presentear clientes com um frasco de perfume. As fragrâncias acabaram fazendo mais sucesso do que os livros.
Para a dermatologista Valéria Estrela, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia, a tradição e o sucesso de uma marca não justificam qualquer tipo de descuido com a saúde. Ela explica que os cosméticos são produtos autorizados pela Vigilância Sanitária e podem ser comercializados livremente. A profissional não condena todos os itens do catálogo, mas reconhece que quando o assunto é tratamento não prescreve produtos que não sejam da linha médica. “Se um paciente resolveu tratar a pele, que seja com um dermatologista e não com cremes de revistas”.
Valéria Estrela critica, principalmente, a propaganda enganosa. “Até que ponto não compramos uma ilusão?”, questiona. “A indústria dos cosméticos fatura bilhões, por ano, com a promessa de que em quatro semanas a cliente vai estar com a pele de uma modelo. Um creme cosmético não se compara a um creme de tratamento médico supervisionado por um dermatologista. É preciso estar atento”, conclui.

O retrato de uma jovem jornalista

Jovem, mulher, dona de casa, esposa, jornalista. Aos 27 anos, Natalie Nanini Mofato é a atual chefe de reportagem da Rede Record de Televisão, em Goiás. Formada pela Universidade de Ribeirão Preto, em São Paulo, Natalie é uma paulistana que adora “cinema, leitura e a companhia dos amigos para jogar conversa fora e viajar”.
Natalie sempre gostou de escrever e o interesse pela televisão surgiu cedo, aos 15 anos. Durante um trabalho como modelo, ela se encantou com uma repórter que fazia a cobertura dos bastidores do desfile. Daí para a faculdade e o exercício da profissão foi um pulo. A carreira – que teve início há quase dez anos na TV Bandeirantes – despontou e a chefe de reportagem garante que, hoje, se sente realizada.
Perceber o outro, individualmente, é o maior desafio de exercer um cargo de chefia, segundo Natalie. Ela diz que aprender a gerir pessoas foi um verdadeiro “presente”, na medida em que cada ser humano é essencial dentro de uma redação, para o trabalho em equipe. Difícil mesmo, para a chefe de reportagem, é agradar a "gregos e troianos".
E os desafios não param por aí. Ser jovem, mulher, esposa e dona de casa e conciliar tudo isso com o trabalho não é tarefa fácil. Mas Natalie explica que o segredo é enfrentar a rotina com otimismo, bom humor e, é claro, com o apoio incondicional da família, do marido e dos amigos. “Costumo dizer que sou abençoada”, comemora a jornalista.
No mês da mulher, mês de muitas reflexões, a jovem faz uma análise positiva do papel que exerce na sociedade. Consciente de sua independência, Natalie não esconde que gosta de romantismo, mas deixa claro que não nasceu para ser “bancada” por um homem. Para ela, a mulher já saiu da sombra e conquistou um lugar ao sol. Resta aos homens acompanhar tanta evolução.
Para as jovens jornalistas, Natalie deixa um conselho: “Não tenham medo de começar e recomeçar quantas vezes for necessário”. E a chefe de reportagem da Record Goiás garante: “Ser jornalista vale a pena!”.